Hall da Fama
Camila Carvalho: Das Olimpíadas para uma vida dedicada ao Movimento Olímpico.
Apaixonada pelo Movimento Olímpico. Esta frase define a pessoa e a carreira de Camila Carvalho, remadora Olimpiana. Em parceria com Luciana Granato, fez parte da primeira guarnição feminina brasileira a ir aos Jogos em um barco de conjunto, o double skiff, peso leve. Conforme a remadora, a classificação para Pequim 2008 foi a maior vitória de sua carreira na modalidade.
Das quadras para as raias: Devido a uma contusão no joelho esquerdo causada no Basquete, Camila Carvalho começou no remo enquanto fazia faculdade de Ciências Politicas em Brasília aos 19 anos. Entre as aulas e os estudos, a atleta seguiu treinando no Minas Brasília, chegou a competir uma Copa Norte Nordeste na Bahia, na época em que ainda estava morando na capital do Brasil.
O início não foi fácil. Após alguns meses treinando, Camila foi para um camping de treinamento em Saquarema, organizado pela CBR, chamado de Novos Talentos. Conforme a atleta, ela ficou apenas uma semana e voltou para casa. Em 2003, a situação foi bem diferente. Mais treinada e um pouco mais experiente, a remadora passou na Seletiva e entrou no grupo das atletas que tentariam vaga para os Jogos de Atenas.
O Convite: A carreira de Camila mudou e deslanchou quando, em 2005, ela foi convidada pelos então treinadores do Vasco, Marcelo Neves e Alexandre Rosa, o Lavadeira. Após a mudança de clube e a chance para fazer uma pós-graduação no Rio de Janeiro, a remadora teve duas oportunidades e soube agarrar com muita determinação e, nas palavras da própria Camila, com muita disciplina. "Sempre fui muito Caxias, sempre fui a última a sair da água", relembra a atleta.
Com tanta determinação e disciplina, a ascensão da carreira, como remadora, de Camila Carvalho foi meteórica, após sua mudança para o Vasco. Em 2005, veio o primeiro título de campeã brasileira, no double peso leve. No ano seguinte, veio a primeira competição internacional: o sul-americano de Mar del Plata, onde a remadora conquistou a medalha de bronze para o Brasil.
Depois da primeira medalha usando as cores da Seleção Brasileira, Camila queria mais! Em 2007, participou do Pan-Americano do Rio de Janeiro, terminando em sexto lugar na final A. Dois meses mais tarde, veio a maior vitória da carreira da atleta: a classificação para os Jogos de Pequim.
Pequim 2008: "A classificação para os Jogos Olímpicos veio pela troca e dedicação com a minha parceira de barco, Luciana Granato. Foi muito sacrifício, mas tínhamos esse objetivo. Nós alternávamos os finais de semana, um eu iria para São Paulo treinar com ela na raia da USP e no outro ela viria para o Rio treinar comigo na Lagoa. A nossa parceria e entrega foi o segredo do nosso sucesso", conta Camila.
O encantamento pelos Jogos de Pequim foi tão grande que Camila nunca abandonou o sonho ou o movimento olímpico, dedicando sua carreira fora das raias, as Olimpíadas e trabalhando em outras modalidades esportivas.
"Foi ótimo! Eu era muito caxias na época, se eu pudesse hoje falar alguma para a Camila em 2008, seria: aproveita mais um pouquinho, relaxa. A minha vida até hoje é no movimento olímpico. Os Jogos são mágicos e é tudo no qual eu acredito!", afirma a atleta olímpica.
Depois das Olimpíadas, Camila Carvalho ainda defendeu as cores da Seleção Brasileira algumas vezes. Em 2011, a atleta participou dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara e de mais um Sul-americano, mas no four skiff pesado.
Apesar do sucesso no double skiff peso leve, o barco predileto da remadora era o single skiff. Bi campeã brasileira na prova e tri campeã carioca, a atleta não perdia a oportunidade de defender as cores do Vasco e da Seleção Brasileira no barco, toda vez que a oportunidade aparecia.
Em 2012, após não conquistar a vaga, em seletiva interna, para ir aos Jogos de Londres, Camila Carvalho decidiu aposentar os remos e um segundo capítulo começou na carreira da atleta que nunca se desligou dos esportes.
Mestrado: Apesar de aposentada, Camila afirma que carrega consigo vários ensinamentos que aprendeu no remo. Metódica, resiliente e focada, a remadora encontrou no ciclismo uma paixão que não a deixa ficar parada. Outro companheiro constante na vida da remadora são os estudos, que durante toda a sua carreira dentro das raias de remo nunca foram deixados de lado.
Quando Camila começou a remar, era graduanda na UnB. Na época de sua transferência para o Vasco da Gama, conciliou os treinos de alto rendimento com uma pós-graduação. Quando encerrou sua carreira como atleta, fez o Programa de Transição de Carreira do Instituto Olímpico Brasileiro ainda em 2012, logo após veio a oportunidade de fazer Mestrado.
O Mestrado em Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Internacional, subsidiado pela Solidadriedade Olímpica abriu as portas para Camila Carvalho que depois de se formar, trabalhou no COB., na Confederação Brasileira de Triátlon e deu oportunidade para que a remadora trabalhasse e participasse de sua segunda Olimpíada, dessa vez como gestora, a Rio 2016. "Acho que podemos mudar o mundo através do esporte. Vivo o movimento olímpico com paixão!", afirma a remadora.
Com toda uma vida ligada ao esporte, Camila quer contribuir do lado da gestão para podermos ter dias melhores e uma mudança de cultura esportiva, desenvolvendo projetos sustentáveis para modalidades olímpicas.
Com o sonho de um dia voltar a trabalhar pela modalidade que tanto ama, o Remo, Camila Carvalho segue trabalhando pelo movimento olímpico e tentando construir um mundo melhor por práticas e políticas esportivas sustentáveis.
Uma coisa é certa: A atleta estará trabalhando em Paris, durante os Jogos Olímpicos, Ça Va Camila Carvalho!
