A campeã da Seletiva e do CBI de Barcos Curtos 2022 no Single Skiff (1x), Beatriz Tavares, do Botafogo (RJ), comemora os bons resultados mas não tira o foco de seu objetivo maior: defender as cores do Brasil nos Campeonatos Sul-Americano e Pan-Americano de Remo.
Beatriz Tavares durante o CBI de Barcos Curtos 2022, na Raia da USP, em São Paulo "O Sul-Americano vai me ajudar a sentir como está o meu barco e meu desempenho, porque as minhas principais adversárias vão estar lá", explica a atleta se referindo às representantes do Paraguai e do Chile. Bia Tavares, como é mais conhecida, teve o início de sua carreira aos 11 anos de idade em outro clube carioca e conheceu o remo por acaso. "Um senhor no Flamengo me viu e disse que eu tinha biótipo para ser remadora, me chamou para tentar e eu nunca mais saí do esporte", relembra a atleta.
A primeira convocação para a Seleção Brasileira foi ainda quando Bia era Júnior, onde já conquistou uma medalha de prata no Sul-Americano em 2010. No ano seguinte, a atleta subiu ao lugar mais alto do pódio, conquistando o ouro no Campeonato Sul-Americano. Em 2013, Bia Tavares chegou à Final A do Mundial Júnior na Lituânia, conquistando o 5º lugar.
Beatriz e sua colega de clube Chloé Delazeri (esq) no CBI de Barcos Curtos 2022 Mas para a atleta, o melhor resultado de sua carreira foi a classificação do Double Skiff (2x) Peso Leve para o Pan-Americano de Toronto, em 2015. A atleta, na época Sub 23, pulou de categoria para remar o Sênior Peso Leve.
"Nossos barcos não chegaram, ficaram presos na fronteira e tivemos que remar em barcos bem velhos. Me lembro que as braçadeiras estavam erradas, tiveram que fazer um furo extra nelas. Ainda assim, classificamos os Doubles e o Skiff", comenta Bia Tavares.
RESILIÊNCIA: Algumas lições na carreira de Bia Tavares foram duras, mas a atleta acredita que essas etapas a fizeram uma remadora mais focada e ajudaram na sua busca por autoconhecimento. "Não deveria ter pulado a categoria Sub 23, isso não me fez bem e em um determinado momento percebi que estava sacrificando muito o meu desempenho para me manter Peso Leve, por isso, mudei de categoria", explica.
Beatriz Tavares e Chloé Delazeri no Sul-Americano de Remo 2021, no Rio de Janeiro A atleta de 27 anos pretende remar por longos anos e faz planos de curto e longo prazo para sua carreira. Sempre focada nos treinos e com a mente nos seus objetivos. "Sonho com uma vaga olímpica. Paris é um objetivo de curto prazo também, longo prazo seria os Jogos de 2028. Porém, meu primeiro objetivo é ir para o Sul-Americano desse ano", planeja Bia.
A remadora, que se afastou do remo por quatro anos muito difíceis, de acordo com a própria Bia, voltou com mais garra e força para mostrar na água que é uma atleta determinada e que consegue seus objetivos por esforço próprio e quer buscar na sua carreira um resultado que faça diferença para a modalidade.
Beatriz Tavares na Regata Continental de Qualificação Olímpica aos Jogos de Tóquio NUTRINDO SONHOS: Na sua jornada fora das raias de remo, a remadora decidiu cursar Nutrição. "Um dia pensei em fazer letras, imagina. Só porque eu gostava de literatura na escola!", ri a atleta. "Faço Nutrição na UniRio, faculdade estadual do Rio de Janeiro, e estou amando. Sou monitora de Imunologia, super apaixonada pela profissão. Até penso, no futuro, fazer um mestrado ou doutorado", planeja.
Crédito das Imagens: João Raposo, Miriam Jeske