Se algum atleta resume as palavras resiliência e persistência em sua carreira, o nome dele é Steve Heistand. Filho de mãe brasileira e pai suíço, ele tem se dedicado ao esporte e ao sonho Olímpico, seja nos Jogos de Verão ou Inverno e mostra que o que importa é a jornada.
Steve Hiestand em competição de esqui cross country na Suíça, em janeiro de 2022 Iniciado no remo pelo pai, Steve foi apresentado ao esporte na Suíça aos 11 anos de idade e desde então se destacou pelos seus resultados, competindo no país europeu até os 21 anos.
Por ter dupla nacionalidade o remador decidiu competir pelo Brasil, representando o Flamengo em diversas provas dos campeonatos Carioca e Brasileiro. "O Brasil me deu a oportunidade de trabalhar e treinar, o que estava sendo bem difícil na Europa, por isso, escolhi o lado materno da minha nacionalidade. Na época, eu também tinha sido selecionado pela seleção da Suíça para remar", explica Steve.
TÓQUIO 2020: Apesar de não ter se classificado para as Olimpíadas de Tóquio como sonhou, Steve Heistand não se arrepende da dedicação e escolhas que tomou na época.
"Eu estava remando pelo Flamengo, ainda morando da Suíça, me mudei quando eu tinha cinco anos para cá e sempre tive contato com a cultura e o idioma por causa da minha mãe. Nasci em São Paulo. Competi e ganhei do Lucas [Verthein] por algumas vezes, mas na seletiva ele levou a melhor e foi escolhido para representar o Brasil nas Olimpíadas."
Campeão no Single Skiff Masculino Sênior no Brasileiro de Barcos Curtos de 2017 Mesmo não indo para os Jogos de Tóquio, Steve não desistiu do sonho olímpico e decidiu que iria tentar novamente, mas dessa vez em outra modalidade: o Esqui Cross Country.
"Comecei competindo no esqui por acaso, estava com um grupo de amigos brasileiros aqui na Suíça e um deles me disse que eu deveria me dedicar a modalidade porque eu esquiava muito bem. Foi então, através dele, que tive meu primeiro contato com a Confederação Brasileira de Neve", comenta o atleta.
A JORNADA NA NEVE: Em apenas dois anos, Steve teve que se adaptar e se reinventar para sonhar novamente com os Jogos Olímpicos, mas dessa vez de Inverno. Mesmo com todo um universo de novas escolhas a sua frente, o Brasileiro não se intimidou.
Competindo pela Seleção Brasileira de Remo no Mundial de Remo Sênior em 2015 "O Esqui Cross Country é um esporte completamente diferente, a explosão necessária no início de cada prova é muito mais intensa, ainda que o remo seja muito mais duro para o atleta, na minha opinião", explica Steve.
MAIS UMA VEZ... Mesmo competindo na Europa contra os principais nomes do esporte e buscando uma vaga para representar o país, Steve Hiestand chegou bem perto do seu sonho e mesmo chegando em segundo lugar na busca pela vaga olímpica, o atleta se orgulha de sua jornada e faz planos para o futuro na modalidade.
Ainda que discordando da maneira como o esporte praticado na neve é administrado no país, Steve Hiestand pretende continuar esquiando e levando o nome do Brasil para as principais competições de esqui cross country na Europa.
"Quero terminar o ciclo da Copa do Mundo e as competições no início desse ano. Do remo, eu levo o preparo físico, as boas lembranças de representar o Brasil em Copas do Mundo e Mundiais, mas minha história no Esqui Cross Country ainda não acabou. O esporte da neve precisa do calor que o brasileiro tem para oferecer”, conclui Steve Hiestand.
Competindo pelo Flamengo em 2017 na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro A saga do atleta que investiu em duas modalidades completamente diferentes e superou problemas, obstáculos e persistiu sempre se dedicando e treinando, se reinventando, mostra aos jovens atletas que a jornada e o reconhecimento por um trabalho limpo e árduo são o verdadeiro legado de uma vida dedicada ao esporte de alto rendimento.
Crédito das Imagens: Arquivo Pessoal, CBR