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Edgard Kniriem: O pavão entre as cobras.


O apelido de Edgard Kniriem veio ainda quando era criança, em um dia de sol, na praia do Leblon, por causa de sua falta de familiaridade com a bola. O Pavão original, era o Marcos Cortez, um dos zagueiros do Flamengo na época, que era conhecido pela sua truculência no seu modo de jogar.

edgard hall para site

Assim, nasceu o Pavão do remo, que nem sonhava ainda em remar, que carregou este apelido por todos os esportes que passou como atleta e treinador. As cobras, do título deste perfil, são citadas por causa de uma matéria que saiu no jornal na década de 60 sobre o quatro sem timoneiro (M4-) que treinava para os Jogos Pan-Americanos de 1963: Três Cobras e um Pavão. Brincadeiras à parte, o quatro sem conquistou a medalha de prata naquela competição. O barco era composto por Edgard e Jorge Rodríguez, Fritz Mueller, Harry Klein.

Do começo: Após se mudar para o Leblon e se arriscar no futebol de praia, o novo Pavão se enturmou com a garotada do bairro e começou ali seu interesse pelos esportes. O remo só veio anos mais tarde, em 1960, pelo intermédio de um grande amigo de Edgard.

"Dagoberto Drummond, meu colega de turma do Colégio Rio de Janeiro, que me incentivou a fazer o vestibular para Geologia e me ensinou os primeiros passos do violão na bossa-nova, também me convidou para remar no Flamengo. Disse que outros dois conhecidos lá do Leblon, queriam formar uma guarnição de yole a 4, mas faltava um. Lá fui eu. Aconteceu que o técnico da ocasião, o Zebu, resolveu colocar os 3 numa yole a oito e me colocou para remar uma yole a 2 com outro estreante, Luis Eduardo Gomes Ribeiro de Moura, o ‘Mourinha’, que estava servindo o exército e tinha que chegar no quartel, no Leme, até as 7 horas, para não ser preso", conta Edgard.

Campeões 1963BW

Pavão encarou o desafio e lá ia ele de bonde às 3:30 da manhã para o Flamengo para treinar. Sem desistir dos treinamentos que, apesar de serem diários, eram noturnos, a sua primeira prova veio no ano seguinte, em 1961. "Com estes treinos no meio da noite, estreamos em abril numa regata de 1.000 m (estreantes e principiantes remavam esta distância em Yoles), no Saco de São Francisco, Niterói. A prova tinha uns 10 concorrentes. Lá pelo meio da prova, estávamos tão na frente que nosso timoneiro Silvinho (Dr. Silvio Augusto de Souza) anunciou: “Quando eu gritar ‘alto’, parem de remar e ponham os remos na borda”. Dito e feito, pouco antes da chegada, ele gritou o ‘alto’ e cruzamos com os remos na borda, muito à frente do 2º colocado. Nossa 1ª vitória e o primeiro campeonato, o de estreantes", conta o remador.

Ainda no ano de 1961, liderados pelo técnico Antenor Soneghetti, o “Carapau”, a equipe do Flamengo ganhou diversas vezes e a carreira de Pavão, decolou. Muitas vitórias e conquistas dos Campeonatos de Classe de principiantes (remadores com até 3 vitórias), novíssimos (com até 6 vitórias) e juniores (até 10 vitórias). Com 11 vitórias, o remador alcançava a categoria “sêniors”. Hoje, os juvenis são denominados “juniores”. Foi um ano em que pude treinar bem. Embora os companheiros tivessem que remar bem cedo.

Pavão ainda lembra uma curiosidade da época: em tempos apertados passados pela FMR (Federação Metropolitana de Remo): não havia verba para medalhas e os vencedores recebiam uma correspondência oficial da Federação, enaltecendo a vitória. No ano seguinte, o ‘Carapau’ foi trocado pelo ‘Buck’, Guilherme Augusto do Eirado Silva.

4-Vice Pan63

1962, meu segundo ano de remo: Com novo treinador, um novo ano começa para Edgard. Depois de diversas vitórias, novos desafios iriam surgir. Passando não só em um, mas em dois vestibulares, o então, vestibulando tem que dividir seu tempo entre aulas e treinamentos. A vida do atleta segue com seus dias começando às 4 horas da manhã na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Entre as aulas de Geologia e Educação Física, Edgard conseguiu vitórias em todas as regatas e nos campeonatos das classes juniores (bi) e sêniors. " Neste último ocorreu um fato histórico. Para o Campeonato de juniores, formamos uma guarnição de quatro sem timoneiro, comigo na voga, Sergio Ribeiro Lins e Alvarenga, na sota-voga, Roberto Maia Pestana na sota-proa e Cid Marival da Fonseca na proa. Vencemos com facilidade. Com esta vitória, eu passei à classe de Sênior. Fizemos também um tempo que nos permitia sonhar com o campeonato de sêniors.

Foi então, que o técnico Buck retirou do barco o Pestana e colocou o André Gustavo Richer. O Richer era uns 10 anos mais velho, remador com enorme experiência, de seleção brasileira, campeão sul-americano. Ainda mais: era o presidente da Federação Metropolitana de Remo. Vencemos com sobra. Ficou na história do remo como o primeiro e único Presidente de Federação a ser também campeão estadual da modalidade que presidia. Creio que até hoje a marca é só dele. Mais um fato importante para a época: desde 1958 o CRF não vencia uma prova no Campeonato de Sêniors", afirma Edgard Knierin.

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Neste mesmo ano, Pavao foi convocado pela primeira vez para representar o Brasil no campeonato Sul Americano de Remo, realizado naquele ano em Tigre, na Argentina, conquistanto a medalha de prata. Ainda em 1962, Edgard teve sua estréia como diretor da modalidade. Muito antes da fundação da Federação de Remo de Brasília, a primeira regata realizada na capital foi para comemorar o segundo aniversário do Distrito Federal. A Regata Batalha do Riachuelo, reuniu, além do Guará, o Flamengo, o Botafogo e o São Cristóvão. Foi a 1ª Regata realizada na Capital da República. No ano seguinte, em 1963 o ponto mais alto na curta, mas intensa, carreira de Pavão iria acontecer.

O ano do Pan-Americano: O ano de 1963 começou decisivo para Pavão, que desistiu da faculdade de Geologia e decidiu focar sua carreira de atleta e futuro profissional de Educação Física no Remo. "Eu não queria “quebrar pedrinhas no Recôncavo baiano”. Queria remar, queria ensinar esportes, queria ser técnico de remo", afirma contundente Edgard.

3 Cobras

"Logo no início da temporada, uma alegria: convocação para o Pan-Americano de São Paulo, para ser o voga do 4-. Uma honra poder remar com remadores consagrados como Harry Klein, sota-voga e ex-remador olímpico no 4+, em Roma, 1960; Jorge Rodrigues e Fritz Müller, do Vasco da Gama, várias vezes campeões cariocas e que remavam um 2– quase que imbatível até aquele ano. E lá íamos nós, só que, uns 20 dias antes de embarcar para São Paulo, peguei uma gripe com infecção de garganta, febre e coisa e tal. Perdi uns dias de treino, mas fui", recorda o remador.

Depois de um acidente com o barco que iriam competir, os atletas conseguiram um barco melhor do Espéria. Após uma largada em terceiro e um percurso pesado, os brasileiros chegaram a liderar a prova. Os americanos, campeões olímpicos em 1960, ganharam por um castelo de proa, os brasileiros terminaram em segundo e os argentinos em terceiro. Aquele ano traria muitas vitórias, mas Pavão gosta de destacar três: A Vitória nos II Jogos Luso-Brasileiros, que depois de muitas brigas e a entrada de Edgard Gijsen no barco, a vitória veio. A segunda vitória veio numa das regatas do final do ano, uma prova “Clássica Governo do Estado”, para 4- de sêniors. O Barco de Pavão bateu os francos favoritos, a guarnição vascaína.

A terceira grande vitória daquele ano não foi apenas uma prova, mas um campeonato inteiro. "Para coroar o ano e esta esplendorosa vitória, o Flamengo foi Campeão Carioca depois de 20 anos de seguidos de conquistas C R Vasco da Gama. Um feito memorável que deu início a uma série de vitórias que perdurou vários anos", relembra e comemora Edgard.

No ano seguinte, em 1964, o Remador começa a jornada de metamorfose de remador para treinador. Troca também de esporte, já que a estréia da nova jornada de Edgard seria na natação. Sem parar de treinar e se dedicar ao remo, o formando de educação física, Edgard, foi convidado para treinar a equipe de natação da AABB.

Após formado, Edgard chegou a ensinar em escolas diversas modalidades. A primeira vez que Pavão assumiu, mesmo que temporariamente, uma equipe de Remo foi a do Flamengo, quando o então treinador da equipe viajou para a Rússia para fazer um curso. Acostumado a colecionar títulos como atleta, sua carreira de treinador não foi diferente. Dividindo o seu tempo entre escolas, equipes e o Remo, Pavão só foi migrar completamente para a carreira de treinador em 1970, tendo feito o seu nome dentro das raias e as margens das piscinas e quadras.

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Remo ainda, mas como técnico: A carreira de treinador teria começado no Flamengo, quando o Buck foi fazer um curso na Rússia. Mas a primeira vez que Edgard assumiu uma equipe e implementou um treinamento seu foi no Botafogo. A mudança, desta vez, não foi de carreira ou de esporte. Foi de clube.

"Em 1970 fui para o Botafogo, como técnico de remo. Lá consegui implantar os sistemas de treinamento intervalado dentro da água e o Circuit Training fora. Consegui montar, com auxílio do nosso carpinteiro naval, o famoso e competente Manoel Agonia Baltazar do Couto, alguns equipamentos específicos para o trabalho com pesos para remo, como a bancada para remada inclinada, por exemplo. Assim, foram implantados no remo do Rio de Janeiro os sistemas de treinamento mais evoluídos para a época, juntamente com os conceitos utilizados pelo Prof. Karl Adam no treinamento da seleção alemã ocidental, várias vezes campeã na década de 60", relembra Pavão.

Inovação e a falta de inibição para ousar são constantes na trajetória na carreira de Edgard. Não foi por coincidência que, juntamente com Arnaldo Brant, a luta pela implementação das categorias juvenil e feminino foram iniciadas. A primeira vitória de Pavão, como treinador, viria em uma Iole a 4 de estreantes. Atletas que o novo Treinador viu evoluir e chagar à categoria de sênior e um deles a Seleção Brasileira.

O Remo Juvenil já era uma realidade no exterior e no Brasil começou em 1971, Pavão contou com o apoio de nomes de peso: Professor Renato Borges da Fonseca, Presidente da CBR, Arnaldo Brandt e José Carvalho, que conseguiram oficializar a categoria junto à Federação Metropolitana do Rio de Janeiro.

Em 1972, o Botafogo levou o campeonato carioca juvenil de remo e em outras categorias também, no ano seguinte iria repetir o fato, levando o bi campeonato para casa. O ano de 1973 traria, também, um marco para a nova categoria. Foi o ano em que o Brasil participou, pela primeira vez, de um Campeonato Mundial de Juniores, categoria denominada de Juvenil no Brasil, em Nottingham, Inglaterra. Edgard seria o treinador nesta delegação.

O Pavão que é uma cobra: Super campeão como treinador do Botafogo, Edgard Kniriem acabou se afastando do clube por problemas financeiros que o clube passava na época, o que gerava atrasos e falta de pagamentos de algumas cláusulas contratuais. O Treinador seguiu sua carreira, abriu academias de ginástica e encontrou outros "amores" esportivos, como a corrida e o Triátlon, que praticou ao lado de sua esposa.

Pavão conquistou títulos como remador, como treinador e como dirigente. Sempre respeitado por uma reputação construída em sua dedicação e amor pelo esporte, não importa a modalidade! A disciplina sempre foi um traço marcante em sua carreira e sua vida. O Vice-campeão Pan-americano segue ao lado de sua esposa, sempre ativo, sempre atento às práticas esportivas e esbanjando saúde e simpatia em mais de 80 anos de vida!

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