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Dulce D'Ávila Bandeira – A Primeira Campeã Brasileira de Single Skiff

A atleta Dulce D'Avila Bandeira, remadora do Grêmio Náutico União, foi a primeira mulher brasileira da história a subir ao lugar mais alto do pódio na prova de Single Skiff em Campeonatos Brasileiros. O feito foi repetido inúmeras vezes ao longo dos anos por outras tantas atletas, mas teve a profissional de Educação Física gaúcha como pioneira.

Registro de Dulce D’Ávila Bandeira remando nas águas do Guaíba, em Porto Alegre (RS)Registro de Dulce D’Ávila Bandeira remando nas águas do Guaíba, em Porto Alegre (RS)

Dulce vem de uma família de remadores e desde os sete anos de idade acompanhava o pai e os dois irmãos nas competições de remo para assistir. Por este motivo, quando teve a oportunidade de aprender a modalidade, como matéria eletiva na faculdade de educação física, a remadora não teve dúvidas em aceitar o desafio.

"Estava no final do primeiro ano de Educação Física no IPA, quando fiz um curso extra de remo, oferecido pela faculdade, cuja aula prática foi na Ilha do Pavão, Sede do Grêmio Náutico União. Foi assim, naquela aula prática no “tanque” (espaço com água indoor utilizado para escola de remo do União) que tudo começou: coloquei a pá na água e no instante que consegui acertar o movimento da remada, ali no tanque, me interessei. Decidi remar porque o amor pelo remo já estava aflorando. Bastou um movimento pequeno e tão importante para eu me dar conta dessa paixão latente", explica Dulce.

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No ano anterior do campeonato nacional de remo, Dulce teve sua primeira experiência em competições em uma regata interna de seu clube. A remadora conta que a única coisa em que ela pensava era em não virar o barco, já que remava o Single Skiff por apenas duas semanas. O resultado foi a primeira medalha de ouro da atleta, o que serviu de incentivo para se engajar ainda mais nos treinos e preparo físico da modalidade.

PROVA MARIA LENK: No intuito de divulgar o remo feminino na América do Sul, a CBR e a CSAR (Confederação Sul-Americana de Remo), realizaram a primeira prova feminina em Campeonatos Sul-Americanos, ainda que extra a pontuação geral daquela competição.

Foram cinco atletas de três estados, que entre a sétima e oitava prova do programa oficial do Sul-Americano, competiram não só por elas mas também pelo reconhecimento do remo feminino. Dulce D'Avila Bandeira foi medalha de ouro nos dois quesitos.

Dulce, em junho de 1984, treinando pra o Brasileiro no tanque do Grêmio Náutico UniãoDulce, em junho de 1984, treinando pra o Brasileiro no tanque do Grêmio Náutico União

"Sem me descuidar da seriedade e comprometimento no momento da prova, empolgação traduz a emoção de estar participando da prova Maria Lenk na Lagoa Rodrigo de Freitas. Com todo o ambiente esportivo em meio ao Campeonato, uma competição internacional. Exalava saúde. Era só alegria a minha vitória no Single Skiff", lembra a remadora.

Alguns meses depois, Dulce iria competir o Brasileiro, mas uma lesão no seu ombro a tirou da segunda prova, o Double Skiff, no intuito de poupar a atleta de um desgaste ainda maior.

"O Campeonato Brasileiro de Remo Feminino foi a coroação merecida e uma grande honra. Venci a prova de Single Skiff lesionada no ombro. Recebi como sendo a valorização de tanto esforço, coragem e determinação. Senti-me honrada como mulher. E foi além, estar participando de um marco no nosso tempo, e tendo a consciência da importância de que junto comigo estavam também sendo representadas as mulheres que antecederam a nossa geração no remo. Um momento histórico sim, abrindo portas para que as remadoras brasileiras passem a ter a merecida oportunidade de representar o nosso país internacionalmente de forma oficial. Digna", explica Dulce.

No ano seguinte, por causa da tendinite no ombro, a remadora se afastou das competições para buscar o tratamento adequado. A pausa não seria definitiva, mas um até breve ao lugar mais alto do pódio. Em 1986, Dulce voltaria para levar a medalha de ouro no Four Skiff no III Campeonato Brasileiro de Remo feminino.

Foto publicada na revista Placar em 1984, uma semana ante do Campeonato BrasileiroFoto publicada na revista Placar em 1984, uma semana ante do Campeonato Brasileiro

"Bem disciplinada, com muita qualidade. Eu sempre achei que foi uma das melhores de sua época. Quando colocava ela em barco com mais três atletas, era muito difícil de ganhar delas", relembra o técnico do GNU, o campeão sul-americano, Breno Manczck.

Com a formatura na faculdade de Educação Física, Dulce se viu obrigada a escolher entre a profissão e os treinos. Como era atleta amadora, se viu sem tempo para continuar se dedicando ao remo e por esse motivo, infelizmente, parou de remar. Ainda assim, a atleta guarda boas recordações e afirma que a sua melhor experiência veio em um treino.

"Lembranças boas existem muitas, vou destacar uma experiência no barco, única. Diferentemente da maioria dos treinos na água, que geralmente eram de força, resistência, velocidade; houve um treino interessante, técnico, de domínio e equilíbrio no Single Skiff. E diria de coragem também, permanecer remando de olhos fechados por algum tempo – percepção sensorial, sutil. Depois de algum tempo... estava bem concentrada em todas as fases da remada, respirando e bem solta. De repente, como se a consciência se expandisse, senti o barco no prolongamento do corpo, continuei remando com os olhos fechados, entregue. Era dezembro, de manhã cedo, os raios de sol acariciavam a pele ainda numa temperatura amena, agradável. As águas do Guaíba estavam calmas, um espelho naquele dia, sem vento, apenas a brisa do deslocamento do barco. O silêncio cortado pelo som das pás, no ritmo da remada longa e suave. Um misto de paz e contentamento inundou o meu ser, momento mágico de alma", relembra a remadora gaúcha.

Para as jovens atletas, a primeira campeã brasileira deixa não só um legado de vitórias pioneiras, mas também uma reflexão. "Há uma frase que me estimula em alguns momentos de recomeço: grandes realizações são possíveis quando se dá importância aos pequenos começos”, conclui Dulce D'Avila Bandeira.

RETROSPECTO: Em 1984, organizado pela CBR, o I Campeonato Brasileiro de Remo Feminino foi realizado na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. A competição foi realizada simultaneamente com o I Troféu Brasil de Remo Júnior Masculino.

Registro do Campeonato Brasileiro de Remo Feminino em 1984, com a remadora Dulce D’Ávila Bandeira (direita) vence a prova de Single SkiffRegistro do Campeonato Brasileiro de Remo Feminino em 1984, com a remadora Dulce D’Ávila Bandeira (direita) vence a prova de Single Skiff

O Primeiro Campeonato Brasileiro Feminino foi a segunda competição da modalidade para remadoras que a Confederação organizou. A primeira foi o Fita Rosa que teve sua primeira edição em 1983, no intuito de alavancar e incentivar mais mulheres a ingressar no esporte.

Apesar de tímido, contando com duas provas, Single Skiff e Double Skiff, o I Campeonato Brasileiro Feminino de Remo chegou para ficar e começou a ser disputado anualmente. Sem as primeiras atletas pioneiras que aceitaram o desafio em 1984, seria impossível chegar ao CBI de 2021 com igualdade de gênero no programa da maior competição de remo do País.

Crédito das Imagens: Arquivo Pessoal

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