Hall da Fama

Sergio Sztancsa – O remador olímpico pioneiro no remo indoor

Sergio Sztancsa, mais conhecido como Alemão, começou sua carreira no remo em 1971, pelo sonho de um dia ser remador e seguir os passos de seu pai. "Eu comecei a remar no dia primeiro de setembro e no dia sete foi feriado, por causa disso a garagem fechou e eu me lembro que fiquei bem chateado. Eu sou casado com o remo", relembra e conta o atleta.

Sergio Sztancsa iniciou no remo em 1971 competindo pelo Botafogo de Futebol e Regatas

Remando até hoje, por prazer como ele mesmo explica, o Alemão teve sua carreira com um início marcado por vitórias internacionais. Incentivado por seu pai, que sempre o impulsionou para viajar e competir no exterior defendendo as cores do clube onde iniciou sua história, o Botafogo de Futebol e Regatas. "Uma das minhas primeiras regatas internacionais, ganhei do James Dietz. Ele tinha sido o quarto melhor do mundo no Single Skiff alguns meses antes", relembra com orgulho Sergio Sztancza.

ANO ESTELAR: Apenas cinco anos depois do seu primeiro dia de remo, o atleta foi para sua primeira Olimpíada em 1976 , realizada em Montreal, Canadá. Ao lado de GIlberto Gerhardt , Sergio competiu no Double Skiff (2x).

O ano de 1976 foi marcado não só pelos Jogos Olímpicos, mas por diversas vitórias na carreira do Alemão: Campeão nos XIV Jogos Sul-Americanos e da Primeira Copa Latina, todas medalhas de ouro conquistadas no Double Skiff (2x).

Barco formado por atletas veteranos do Flamengo, Sérgio é o atleta na proa do barco

No Campeonato Brasileiro daquele ano, Sergio Sztancsa foi campeão no Single Skiff (1x), vitória que o atleta considera uma das mais marcantes de sua carreira. "Passar na seletiva do Rio de Janeiro foi muito difícil. Treinávamos com muito volume, treze vezes por semana. Representar o meu estado naquela competição e ganhar foi muito bom", afirma o remador.

SEPARAÇÃO FORCADA MAS NÃO PERMANENTE: Sergio Sztancsa relembra que a única vez que teve que se afastar do remo foi quando seu pai faleceu no final da década de 70 e o atleta se viu na responsabilidade de assumir os negócios da família.

Sergio Sztancsa remando em um barco Four Skiff com sua família

A parada foi breve e não fez o Alemão abandonar o esporte. Em 1982, voltou as raias e com vitória, subindo ao lugar mais alto do pódio no XVI Jogos Sul-Americanos de Remo, competindo no Four Skiff (4x). No mesmo ano, se sagrou campeão brasileiro no Double Skiff.

No final da década de 80, Sergio Sztancsa começou sua carreira remando entre, na época chamados, veteranos. Hoje, na categoria Máster, o remador ainda compete no Single Skiff e Double Skiff (2x) Misto com a esposa. "Minha mulher sempre foi do vôlei, mas trouxe ela para o remo. Sempre remamos por prazer e para manter a forma", explica o atleta.

LEGADO: Atualmente competindo e treinando apenas por diversão, como gosta de frisar, Sergio começou sua carreira fora das raias se tornando representante da Concept 2, empresa especializada em produtos para remo indoor.

Atualmente, Sergio é representante da marca de remoergômetros Concept2

"Peguei uma carreta com mais de 30 remoergômetros e viajei o Brasil todo, mostrando o que era remo para desenvolver o esporte", explica Sergio que por quatro anos também foi chefe da equipe olímpica de remo da CBR.

Ainda assim, o remador olímpico considera seu filho, Stefan Sztancsa, como seu maior legado para o esporte. "Meu filho é treinador de cinco entidades e clubes de remo nos Estados Unidos. Um dos clubes que ele treinou teve um resultado tão bom depois de décadas, que Stefan ganhou uma menção no Senado Americano pelo trabalho ", conta orgulhoso o atleta e pai coruja. Sergio é casado e tem três filhos e seis netos.

Sergio remando com seu filho, Stefan Sztancsa, que mora atualmente nos Estados Unidos

DO REMO PARA VIDA: Apesar de ter lidado com uma parte não muito positiva do esporte enquanto atleta, o Alemão garante que fez suas pazes com o passado e que o remo lhe ensinou muitas lições, que Sergio leva consigo para a vida.

"O remo me ensinou muito, não só para entender as pessoas. Tenho comigo um termômetro onde eu sei quando e como eu posso insistir ou ser resiliente. O esporte me mostrou que para ter sucesso você precisa fazer três coisas: trabalhar, trabalhar e trabalhar", explica.

Crédito das Imagens: Arquivo Pessoal